terça-feira, janeiro 02, 2007

Aos leitores da Tríplice Fronteira*

Aos leitores da Terra guardiã
da Fonte da Neblina Criativa

Ko yvy oguereko jára
(Esta terra tem dono)


“Na realidade não há fronteiras” – Ken Wilber


As Cataratas do Iguaçu são um Lugar Sagrado de Paz e Poder pessoal e transpessoal. Encontradas em uma terra compartilhada por três países da nossa jovem e sofrida América: Argentina, Brasil, Paraguai. Uma Terra que para nós não é a Tríplice Fronteira, pois fronteiras nascem da separação. Uma fronteira significa estar às margens dos projetos nacionais de dois países. Três fronteiras é separação triplicada, multiplicada. Este livro propõe que vejamos esta Terra como “A Terra das Muitas Águas” e como “A Fonte da Neblina Criativa”. Um lugar de Paz. Um lugar de reunião de filhos do Cosmo nascidos em todos os continentes da Terra e além dela. Esta Terra é uma das entradas para Agartha – aquele mundo do qual falam tantas tradições. Esta Terra é parte daquelas tradições que incluem Paititi, Avalon e Shambala. Está ligada aos sete principais Lugares Sagrados do Planeta e aos milhares de outros pequenos irmãos.

Aos moradores da “Terra das Muitas Águas e Fonte da Neblina Criativa geradora da Paz e Sabedoria” vale destacar que um lugar com estas características merece, por direito, o respeito e o carinho dos moradores de todo o Planeta, incluindo suas autoridades constituídas. Para que isso aconteça, os moradores da Terra tri-nacional (hoje) e universal (sempre) têm certas responsabilidades. Em outras palavras, existe responsabilidade no exercício da guardiania da Fonte da Neblina Criativa.

As autoridades desta Terra são obrigadas por forças que elas não conhecem, a cumprirem com seus deveres – e honrar tanto a Terra como seus habitantes e assegurarem que os habitantes tenham condições de progredirem, com dignidade, em todos os níveis de progresso. O povo, os habitantes, os cidadãos, também têm suas responsabilidades.

Graças à falta deste respeito pela Terra das Muitas Águas, o projeto de civilização da Terra da Neblina Criativa foi desviado. A Terra não vive sua vocação, e por conseqüência, é perseguida e apontada pelas autoridades como centro regional, nacional ou internacional de delinqüências muitas. Entretanto, isto não é culpa da Fonte da Neblina; tampouco é da Terra das Muitas Águas. É culpa das energias humanas que se encontram fora de sintonia com as energias deste chacra da Terra, graças a uma grande ilusão. Cabe aos habitantes argentinos, brasileiros e paraguaios, bem como aqueles que vieram de longe, de além amar, de além das Montanhas – árabes, chineses, coreanos, europeus, respeitarem a Terra. O respeito tem que partir da Terra das Muitas Águas.

A Fonte da Neblina Criativa não deve limitar-se a ser explorada comercialmente em nome do turismo e do capitalismo saqueadores. Especialmente hoje quando já se fala e se tenta praticar variedades alternativas, tanto de turismo como de economia, ligadas a objetivos tão nobres quanto a Paz e a solidariedade, por exemplo. O caminho está à nossa frente. É só escolher em que lado caminhar. O caminho que tem coração está aberto. É hora de abandonar o caminho da exploração, do roubo, e das trapaças. Caso a opção não seja pelo caminho do coração, então teremos escolhido afundar juntos e estragar uma das grandes oportunidades de progresso real que Gaia (a Terra) nos deu.

Por enquanto, somos todos estrangeiros na Terra das Muitas Águas. Mensagem que serve também para todos os outros Lugares Sagrados, – como Brasília, – onde o que se pratica, lá, não está de acordo com o sonho. As Cataratas do Iguaçu, neste livro, chamadas de Y-Guaçu ou Fonte da Neblina Criativa, estão em perigo. Coisas horríveis estão para acontecer e irão acontecer, caso as populações não se unam em um projeto de eco-espiritualidade para salvá-las. Dizemos eco-espiritualidade pois está é a nova tendência.

A ecologia oficial também se bifurcou e se perdeu. Este livro trata da eco-espiritualidade. Este livro, por fim, coloca a “Terra das Muitas Águas” na lista em que ela sempre esteve com a exceção do período de exploração, roubo e miséria pós-colonial que já dura uma “pachakuti” – 500 anos. Que a população tri-nacional e multinacional da Terra das Muitas Águas se sinta legítimos integrantes da enorme família dos lugares - guardiões dos sítios de Grande Poder, do Monte Shasta, na Califórnia ao Monte Kailasa (ou Kailash) no Tibete. E dos milhares de lugares sagrados de toda a humanidade. Que a Paz das Cataratas do Iguaçu esteja com o leitor e que suas Neblinas lhes refrigerem a cabeça; lhes dêem clareza para o reencontro de caminhos e que a bifurcação do coração seja coisa do passado.

* Mantenho o termo "Tríplice Fronteira" porém aviso que o termo foi abolido de todo o material deste autor. Desde então utiizamos o antigo "Três Fronteiras" para a designação política e "Terra das Muitas Águas", para o propósito deste livro como consta do Glossário.

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