sábado, novembro 18, 2006

Capítulo 8


Uluro Kattjuta – As linhas do Cântico
(Por favor, veja estas lindas imagens de Uluro)

A energia umbilical do Lago Titicaca atravessa o oceano e se dirige ao Uluro Kattjuta, na Austrália. Este é o chacra do Plexo Solar. O chacra Manipura de nosso Planeta azul, belo, orgânico e vivo. Em termos geológicos, Uluro é o maior monolito do mundo. Um gigantesco bloco de arenito rico em feldspar que se ergue imponentemente sobre o deserto australiano atingindo uma altura de 318 metros com uma circunferência de oito quilômetros. A formação de Uluro data de pelo menos 300 milhões de anos. É como se a natureza tivesse deixado cair ali a gigantesca pedra no meio da planície desértica em tempos primordiais. Uluro é um centro magnético de irradiação de energias terrestres e cósmicas.

A palavra “Uluro” significa “Lugar de Encontro”. E é o que a “pedra” tem sido desde tempos imemoriais. Primeiro, para todas as tribos nativas da Austrália e atualmente para membros de comunidades da nova mentalidade de todo o mundo. Aí se incluem também os milhares de turistas que a visitam todos os anos. Os ingleses deram à sagrada “rocha” o nome de Ayers Rock como maneira de homenagear ao governador colonial Henry Ayers, que dominava a região do atual estado da Austrália do Sul.E este é o nome que aparece nos catálogos dos operadores do turismo mundial. Mas aqui neste espaço o único nome aceitável é Uluro, um Lugar Sagrado de encontro que é também fonte de “Tjukurpa”. Tjukurpa é a energia imanente ali depositada no “tempo do Sonho” para os muitos povos da Austrália que receberam, dos europeus, o nome de “aborígenes” que significa apenas “nativos ou originários da terra”.

Os visitantes de Uluro se impressionam com as cores da rocha que vão do vermelho-terra, ao azul dependendo das condições climáticas e da hora do dia. Os aborígenes acreditam que a terra sob Uluro é oca e que dali sai a irradiação energética que eles batizaram de “tjukurpa” que ao pé da letra significa “tempo do sonho”. Todos os eventos que tiveram lugar na época da formação de Uluro, ainda estão presentes nesta forma de energia.

Trinta quilômetros ao oeste do Sagrado Uluro há outras formações rochosas que a geografia descritiva e reducionista chama de Montanhas Olgas e que para os povos Anunga, Yankuntjatjara e Pitjantjatjara são chamadas de Kattjuta que significa cabeças. As duas formações Uluro e Kattjuta hoje formam um só Parque Nacional – uma espécie de continuação secular da tradição mundial de reconhecer Lugares Sagrados. E um fato interessante é que recentemente a Austrália passou toda a terra ao redor do Uluro, inclusive o Parque Nacional Uluro Kattjuta, para a administração dos povos nativos da região. Um exemplo importante de um dos países que mais atentou contra os direitos dos povos da terra – os povos que já habitavam a terra antes da origem da nação australiana. Um bom exemplo a ser seguido no Brasil e nas Américas, em geral, onde parques nacionais normalmente excluem os povos nativos e os habitantes da região. O fundamento desta tendência é unicamente um preconceito histórico e lamentável.


Assim como as Sagradas Cataratas do Iguaçu são um livro aberto para a “Boa Lembrança” dos guaranis; o Lago Titicaca é um livro aberto para a “lembrança” da formação da raça humana e da “promessa” de um ressurgir dos incas e aimarás, o Uluro Kattjuta é a prova real do “tempo do sonho” o tempo em tudo se formou. A partir de Uluro e Kattjuta se estendem as “linhas do canto” ou do hino do tempo do sonho. Tais linhas partem de Uluro e se multiplicam cobrindo todo o território da Austrália atual. Cada rocha, cada árvore, cada caverna tem sua explicação em algum fato que ocorreu no “Tempo do Sonho”.

É aqui em Uluro e Kattjuta que as energias sutis do tempo do sonho ajudam as energias do Titicaca e do Monte Shasta a continuarem a sua circulação global – quer dizer circulação no corpo de Gaia – a Terra. Os povos da Austrália que prezam o Uluro e o Kattjuta quase foram dizimados. Mas as mensagens contidas em Tjukurpa estão por toda parte. O tempo do sonho pertence ao passado mas é a religião do presente. Religião no sentido de “religar”, no presente, o “ananga” às suas origens cósmicas e universais. É esta visão de tempo continuado no espaço que a civilização ocidental perdeu.

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