sábado, novembro 18, 2006

Capítulo 9


Gastonbury – A mensagem de Avalon
A “Tor” Colina Sagrada de Glastonbury. Foto do Crystal Links



As energias do plexo solar de Uluro Kattjuta são empurradas, através dos oceanos para Glastonbury e Saftesbury na atual Inglaterra – o chacra Anahata, ou o chacra cardíaco do Planeta. Glastonbury e Saftesbury são Lugares Sagrados poderosamente associados às Lendas Arturianas. Às lendas da Busca do Cálice Sagrado. As Lendas de Avalon. Este é um chacra do Planeta formado pela produção cultural, pelo intelecto, pelo processo mental. As Lendas Arturianas são um conjunto de histórias que aparecem pela primeira vez no “Gododdin”, poema galês do ano 600 da era cristã. Desde então as Lendas vem crescendo com o trabalho de grande número de escritores entre eles Geoffrey de Monmouth (1135), Chrétien de Troyes (1170), Gottfried von Strassburg e muitos outros, até nossa época. O trabalho mais recente (1982) foram as obras de Marion Zimmer Bradley, “As Brumas de Avalon”.

Todas as histórias ligadas às Lendas Arturianas são interpretadas hoje como simbologias poderosas que nos remetem ao nosso interior. Glastonbury é hoje uma cidade de 9 mil habitantes na região de Sommerset, Inglaterra e está em terra firme. Na época da lenda, Glastonbury estava em uma ilha, a Ilha de Avalon, encoberta pelas neblinas de um lago sagrado onde vivia a Senhora do Lago – sacerdotisa dos antigos costumes. Hoje milhões de pessoas de todo mundo, visitam a pequena Glastonbury para sentir e experimentar a magia das energias da região. Sentir um “algo especial”, segundo os habitantes. A cidade já foi um centro megalítico, um Lugar da Deusa, uma escola da tradição druida e sua abadia (um monastério administrado por uma abade) tem sido um lugar de peregrinação há vários séculos. No topo da colina chamada de Tor, existe as ruínas da Abadia que, se acredita, foi construída por José de Arimatéia. Nos últimos anos, a cidade atrai ocultistas, esotéricos, místicos, terapeutas e artistas.

Na Lenda do Santo Graal ou Cálice Sagrado, Percival, o herói pergunta ao Rei Pescador ferido: o que lhe atormenta? O escritor e filósofo sul-africano Laurens van der Post vê nesta pergunta algo que se estende até nossos dias. O que atormenta a nossa civilização? O que me atormenta? O que atormenta o nosso país? E a resposta a esta pergunta só vem após uma busca pessoal pelo nosso Santo Graal individual, aquele que está perdido dentro de nós.

A busca deste Cálice Sagrado interior não deve acontecer segundo a maneira arcaica onde reis e cavaleiros lutam com espadas contra inimigos, resgatando pessoas. Para van der Post esta é uma busca daquelas “partes de nosso povo” que estão dentro de nós e que estão doentes. É resgatá-las e torná-las sadias. Tornar sadia é transformá-la em um todo. O mundo está doente devido à excessiva fragmentação. E buscar o todo é não deixar que as partes se transformem ou sejam vista como o todo. O que acontece em nossa civilização.

O cálice é um símbolo. Representa um grande receptáculo para o espírito. Nas lendas que se seguiram, a partir do século oito, se acrescentou que o Santo Graal teria sido usado por Cristo durante a última ceia e teria sido trazido para a Bretanha por José de Arimatéia. Mas no sentido de dicionário, o “graal” representa algo que se procura por um longo período de tempo.

Em entrevista com a escritora Nancy Ryley, van der Post disse que na Lenda do Graal, o rei estava doente e essa doença simbolizava a doença do espírito. Ao redor do palácio, a terra estava desolada. O que significa que a doença do rei estava sendo projetada para o mundo natural ao redor dele. Transpondo esta visão para o mundo atual, van der Post vê a terra sofrendo, porque, as feridas de nossa psique coletiva não estão sendo tratadas. É uma visão eco-psicológica de nossos problemas ambientais.

Este livro denuncia a nossa fragmentação. E a apresenta como uma de nossas doenças. Se somos fragmentados não somos completos – um todo. E se não somos um todo estamos doentes. Hoje, lamenta van der Post as pessoas já não têm um mito. E o espiritual ficou relegado. A religião atual se chama “razão”. É o novo Deus que tem um grande número de sacerdotes, uma hierarquia e se julga superior aos outros mitos que a humanidade teve. Por isso ele sugere que, pelo menos para o mundo de fala inglesa, o mito do Santo Graal é muito importante.

A região conhecida como Vale de Avalon é também conhecida como o Zodíaco de Glastonbury. É uma área onde, de acordo com a escritora Katherine Maltwood, se encontram representados os doze símbolos ou signos astrológicos. Ela batizou esta área como o “Templo das Estrelas”. Os signos se delineiam por formações da terra como riachos, trilhas e outras. O trabalho de Maltwood data de 1935. Estas visões de Glastonbury como um Lugar Sagrado, permeiam e influenciam a população da cidade e região. É uma cidade com sabor todo seu. Tem um ritmo de vida lento e descontraído, onde há um sentimento de que está acontecendo um processo de transformação pessoal.


Os poderosos mitos que circundam a Glastonbury que envolvem o Santo Graal, o Rei Artur, os Cavaleiros da Mesa Redonda se estendem e fazem contatos também com outros mitos poderosos que tem a ver com mundos subterrâneos, ciclos de pedras, perdas suspensas, labirintos e cavernas sagradas. Não muito longe de Glastonbury, se encontram as pedras de Stonehengue e em todo o território britânico se encontram mais de mil “ruínas” desses Lugares Sagrados.

Mas gostaríamos de encerrar este capítulo fazendo uma ligação com um assunto que só será discutido no capítulo 16. Quem era o Rei Artur? Ele existiu realmente? Onde morreu? As respostas a estas perguntas bem como tudo o que tem a ver com tais lendas são alvo de debates animados em diversos ciclos do conhecimento: literatura, história, mitologia, religião, esoterismo e até entre os militares. Mas só para anunciar o que vem pela frente basta relatar aqui algumas das crenças sobre o destino do Rei Artur.

Segundo estas crenças, Percival nunca registrou a morte do Rei. Desapareceram o cálice sagrado e a espada “excalibur”. Onde poderá estar a espada excalibur? Muita gente acredita que eccalibur foi levada para “Argatha”. O cálice sagrado ninguém sabe onde está. E Artur? Pode não ter morrido. Ele pode ter chegado ao mundo chamado “Argatha”. Um mundo subterrâneo habitado por pessoas de grande elevação espiritual. Um mundo subterrâneo que, igual a Avalon, se encontra em alguma dimensão da existência com a qual não temos condições de contatar.

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